terça-feira, 24 de abril de 2012

TIROS DE PÓLVORA SECA

.
.
A Associação 25 de Abril, pela voz do coronel Vasco Lourenço, anunciou, urbi et orbi, que não estaria presente nas cerimónias oficiais de comemoração do 38º aniversário da revolução dos cravos. Logo Mário Soares e Manuel Alegre anunciaram idem aspas. E porquê? Porque não aprovam a política do actual Governo! Simplesmente isso.
Mesmo admitindo que estejam desgostosos com a situação actual, pergunta-se: faz algum sentido tal posição? Se uma instituição americana qualquer não estiver de acordo com a política dum Presidente, faz sentido não participar na comemoração do 4 de Julho, Dia da Independência dos Estados Unidos? Ou, se um intelectual francês qualquer não estiver de acordo com Sarkosy, faz algum sentido declarar publicamente que não participa no 14 de Julho, Dia da Tomada da Bastilha?  É discutível mas admite-se, desde que o façam com discrição.
Mas vir com o trombone anunciá-lo na praça pública é patético, terceiro-mundista e, pior que tudo, parolo. Como se pode levar a sério uma tal cena sem cair na tentação do gozo? A este respeito, Passos Coelho terá dito, e muito bem, que nestes eventos há sempre alguém que procura o protagonismo. Desencadeou com isso a fúria das massas - onde se lê massas, leia-se papagaios do jornalismo prá-frentex, políticos prá-frentex, comentadores prá-frentex, intelectuais prá-frentex e por aí fora prá-frentex.
Soares e Alegre vivem numa ribalta, sem a qual não passam. Lourenço não; mas gostava! Por isso, volta não volta, dispara uns tiros de pólvora seca. Neste caso dispararam todos a mesma escopeta.
.

Sem comentários:

Enviar um comentário