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A Associação 25 de Abril, pela voz do coronel Vasco
Lourenço, anunciou, urbi et orbi, que não estaria presente nas cerimónias
oficiais de comemoração do 38º aniversário da revolução dos cravos. Logo Mário
Soares e Manuel Alegre anunciaram idem aspas. E porquê? Porque não aprovam a política
do actual Governo! Simplesmente isso.
Mesmo admitindo que estejam desgostosos com a situação
actual, pergunta-se: faz algum sentido tal posição? Se uma instituição americana
qualquer não estiver de acordo com a política dum Presidente, faz sentido não
participar na comemoração do 4 de Julho, Dia da Independência dos Estados
Unidos? Ou, se um intelectual francês qualquer não estiver de acordo com
Sarkosy, faz algum sentido declarar publicamente que não participa no 14 de
Julho, Dia da Tomada da Bastilha? É
discutível mas admite-se, desde que o façam com discrição.
Mas vir com o trombone anunciá-lo na praça pública é patético,
terceiro-mundista e, pior que tudo, parolo. Como se pode levar a sério uma tal
cena sem cair na tentação do gozo? A este respeito, Passos Coelho terá dito, e
muito bem, que nestes eventos há sempre alguém que procura o protagonismo. Desencadeou
com isso a fúria das massas - onde se lê massas, leia-se papagaios do
jornalismo prá-frentex, políticos prá-frentex, comentadores prá-frentex, intelectuais
prá-frentex e por aí fora prá-frentex.
Soares e Alegre vivem numa ribalta, sem a qual não
passam. Lourenço não; mas gostava! Por isso, volta não volta, dispara uns tiros
de pólvora seca. Neste caso dispararam todos a mesma escopeta.
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