sábado, 14 de abril de 2012

O CREPÚSCULO DAS ESTRELAS

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As estrelas são enormes fábricas químicas formadas por um núcleo, a parte fabril, com muita massa e pouco volume  relativamente ao envólucro, que tem muito volume e bastante menos  massa. O núcleo tem temperatura suficientemente alta para produzir a fusão de núcleos de átomos de hidrogénio, originando hélio. Quando ocorre a fusão de núcleos, o novo núcleo tem menos massa que a soma da massa dos dois núcleos que o originaram – o resto da massa é convertido em energia de acordo com a equação de Einstein E=mxC2.
As estrelas pequenas só fazem isto: mais nada. As de média dimensão, como o nosso Sol, quando o hidrogénio se esgota, ainda podem converter hélio em oxigénio e carbono, através de novos processos de fusão nuclear. As grandes estrelas, com mais de 5 vezes a massa do Sol, podem continuar o fabrico produzindo, a partir do oxigénio e do carbono, néon, sódio, magnésio, enxofre e sílica; e a partir destes, cálcio, ferro, níquel, crómio, cobre e por aí fora. Assim se formaram, e continuam a formar, todas as substâncias do universo, a partir do átomo mais simples, o de hidrogénio, apenas com um protão orbitado por um electrão. Todas as substâncias, incluindo as constituintes da  vida – já todos fomos pó de estrela!
E as estrelas também morrem! É triste mas, como muitas coisas no mundo, morrem. À medida que envelhecem, vão ficando com cada vez menos hidrogénio, o núcleo contrai-se, as camadas envolventes expandem-se e o brilho apaga-se gradualmente.
O resultado final depende da massa original e pode ser uma estrela anã negra, uma estrela de neutrões, um buraco negro. Um dia falaremos sobre essa evolução. A longevidade da estrela depende da sua massa. O Sol durará 10 mil milhões de anos. Estrelas muito maiores que o Sol podem viver apenas alguns milhões porque consomem quantidades brutais de combustível, cerca de 25 a 50 vezes mais, com brilho intenso, alguns milhares de vezes mais, como a Betelgeuse, da constelação Orion, 14.000 vezes mais brilhante (figura do lado).
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Se pudesse interrogar as estrelas, perguntar-lhes-ia se as maçam mais os astrónomos ou os poetas.
Pitigrilli
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