quinta-feira, 19 de abril de 2012

O ROTO E O NU

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As fotografias publicadas pelo “Los Angeles Times”, com irresponsáveis soldados americanos a brincar com corpos de terroristas mortos, são inqualificáveis. Numa delas vê-se um imberbe com ar de gozo junto dum cadáver que tem a mão no seu ombro e, na outra, quatro trogloditas mostram sorridentes o restos, de pernas para o ar, do que sobrou dum bombista suicida. Um pavor que só a infantilidade, a falta de sensibilidade, ou o embrutecimento da guerra podem, talvez, explicar.
Posto isto, pergunta-se: que autoridade têm os terroristas para vir falar de falta de humanidade? Não é o roto a falar ao nu; é o nu a falar ao roto. Almas que não se poupam a esforços para cometer as maiores atrocidades, sem olhar a quem para fazer reinar o medo, podem queixar-se, é verdade. Mas não têm nenhuma autoridade.
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