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O padre Helmut
Schüller é austríaco, foi director da Caritas no seu país, e é um rebelde dentro da Igreja Católica.
Desde 2006 que defende a ordenação das mulheres, o fim do celibato dos padres e
a comunhão dos divorciados. A voz do padre Schüller tem vindo a engrossar e, só
na Áustria, tem cerca de 400 sacerdotes que o seguem. Recentemente, lançou um
apelo à desobediência, ameaça velada de novo cisma na Igreja.
Afirma para quem
o quer ouvir que o Vaticano é uma monarquia absoluta e que a resistência à
mudança levará infalivelmente à ruptura. E ainda que as mudanças na Igreja
nunca foram pacíficas, nem voluntárias; antes impostas pela ciência, pela
tecnologia e pelos novos modelos da sociedade que está em transformação
permanente. Sobre a posição do Vaticano, acha que não tem base teológica – é só
tradição e medo da História.
O Papa Bento XVI,
que já foi conhecido nos meios eclesiásticos como o “Rottweiler de Deus”, está
preocupado. Tão preocupado que, num dos momentos mais solenes da liturgia da
Igreja Católica, as cerimónias
de Quinta-Feira Santa na Basílica de S. Pedro, pegou no tema para a homilia, flagelando os “padres
com mentalidade reformista” no
estilo típico do antigo “Rottweiler de Deus”, ao afirmar que tais padres dizem
actuar preocupados com a Igreja, mas na realidade são guiados por ideias e
preferências próprias, e que deviam
antes adoptar o “radicalismo da obediência”.
Bento XVI tem 85
anos e talvez tenha alguma dificuldade em aceitar que, com uma vida tão longa,
se atravessam fases evolutivas muito diversas da sociedade; e que, na fase em
que se encontra, o radicalismo da obediência está difícil. Diria mesmo
mais: está muito difícil!
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No link acima, para o texto em inglês da homilia, pode ver também um vídeo de mais de duas horas, com imagens impressionantes de imponência das cerimónias de hoje na Basílica de S. Pedro.
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quinta-feira, 5 de abril de 2012
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