quinta-feira, 5 de abril de 2012

HELMUT SCHÜLLER E BENTO XVI

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O padre Helmut Schüller é austríaco, foi director da Caritas no seu país, e é um rebelde dentro da Igreja Católica. Desde 2006 que defende a ordenação das mulheres, o fim do celibato dos padres e a comunhão dos divorciados. A voz do padre Schüller tem vindo a engrossar e, só na Áustria, tem cerca de 400 sacerdotes que o seguem. Recentemente, lançou um apelo à desobediência, ameaça velada de novo cisma na Igreja.
Afirma para quem o quer ouvir que o Vaticano é uma monarquia absoluta e que a resistência à mudança levará infalivelmente à ruptura. E ainda que as mudanças na Igreja nunca foram pacíficas, nem voluntárias; antes impostas pela ciência, pela tecnologia e pelos novos modelos da sociedade que está em transformação permanente. Sobre a posição do Vaticano, acha que não tem base teológica – é só tradição e medo da História.
O Papa Bento XVI, que já foi conhecido nos meios eclesiásticos como o “Rottweiler de Deus”, está preocupado. Tão preocupado que, num dos momentos mais solenes da liturgia da Igreja Católica, as cerimónias de Quinta-Feira Santa na Basílica de S. Pedro, pegou no tema para a  homilia, flagelando os “padres com mentalidade reformista” no estilo típico do antigo “Rottweiler de Deus”, ao afirmar que tais padres dizem actuar preocupados com a Igreja, mas na realidade são guiados por ideias e preferências próprias, e que deviam antes adoptar oradicalismo da obediência”.
Bento XVI tem 85 anos e talvez tenha alguma dificuldade em aceitar que, com uma vida tão longa, se atravessam fases evolutivas muito diversas da sociedade; e que, na fase em que se encontra, o radicalismo da obediência está difícil. Diria mesmo mais: está muito difícil!
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No link acima, para o texto em inglês da homilia, pode ver também um vídeo de mais de duas horas, com imagens impressionantes de imponência das cerimónias de hoje na Basílica de S. Pedro.
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