quarta-feira, 4 de abril de 2012

'UMWELT'

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A  palavra alemã umwelt significa, em sentido geral, ambiente ou meio ambiente. Tem também significados mais restritos nalgumas disciplinas como a Psicologia, a Biologia, a Filosofia e outras. Em quase todas está relacionada com a forma como os seres vivos percebem o mundo que os rodeia, ou seja, o que nesse mundo existe e é sentido por eles. Por exemplo, achamos estranho como o morcego tem visão tão incipiente, orientando-se predominantemente pela emissão e recepção de ultra-sons, mas não pomos o problema em relação ao nosso deficientíssimo olfacto, em comparação com o da maioria dos cães, que devem pensar de nós o mesmo que pensamos dos morcegos. E a carraça que vive dependente do sentido do calor e do cheiro a ácido butírico. E os peixes que só sentem campos eléctricos. E... por aí fora...
Mas, em boa verdade, ninguém se lamenta por limitações nos sentidos e na avaliação do meio ambiente, e achamos que está tudo perfeito. Até nos deslumbramos com o que somos capazes de ver, ouvir, cheirar, palpar e degustar. Conseguimos ver apenas parte menos que insignificante do espectro electromagnético, que na realidade vai dos raios gama às ondas do rádio, mas estamos satisfeitos com uns tantos comprimentos de onda e isso nos chega. Não conseguimos seguir pista que se veja usando o olfacto e não sentimos necessidade de cheirar melhor. Não “ouvimos” os ultra-sons como o morcego, ficamos sem orientação no escuro, mas não há problema. E, viva o velho!
Toda a biosfera se adaptou às limitações. É uma lei da natureza, mesmo em casos desviantes dentro das espécies. O daltónico não tem senso cromático, calça uma meia de cada cor, e vive tranquilo. Por vezes, nem percebe como as pessoas não percebem isso.
De facto, nenhum ser conhece a realidade, se a abstracção realidade existe e é alguma coisa. Penso que não. Existem sim milhares, milhões, milhares de milhões, biliões de realidades, janelas minúsculas por onde entra um panorama limitado gerado em qualquer coisa que não sabemos o que é e poderá ser a tal realidade. Penso mesmo que nunca saberemos. É chato! É a vida!...
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