quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ENCERRAMOS AO SÁBADO

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Referi-me há dias a um artigo em defesa da homeopatia, publicado por intitulado filósofo chamado Fernando Belo no "Público". Em tal peça, Belo compara a homeopatia à prática da vacinação, ideia peregrina só possível numa cabeça que não sabe do que fala. Hoje, David Marçal e Carlos Fiolhais respondem no mesmo jornal a Belo. Acho perda de tempo polemizar com alguém que argumenta como Belo, mas há uma parte que gostava de salientar naquela resposta, a respeito das vacinas. Diz assim:


[...] Aplica-se (a vacinação) a doenças infecciosas e sabemos bem porque funcionam. A homeopatia não funciona, porque não há maneira nenhuma de poder funcionar.
O opinador espera talvez que surja uma prova que demonstra a eficácia da homeopatia e que um qualquer avanço mirabolante do conhecimento justifique o seu modo de acção. É certo que em ciência tudo é passível de ser posto em causa, face a novas observações ou experiências. Mas nem tudo está em pé de igualdade. Ninguém espera que se demonstre que a Terra seja plana. Com a homeopatia passa-se o mesmo: não são necessários mais estudos. Como tão bem disse Carl Sagan, devemos ter o cérebro aberto a todas as ideias, mas não tão aberto que os miolos nos caiam da cabeça. [...]

Não conhecia  o dito de Sagan e, por isso, aqui fica. É boa norma. Abrir o cérebro a todas as ideias é qualidade dos intelectualmente honestos e bem intencionados—até atitude louvável. Mas manda a prudência que a prática não se generalize. É que muitos dos miolos caídos a gente com a cabeça excessivamente aberta vagueiam pelo mundo para nossa perdição.
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