Luís Amado
é um homem informado e ponderado, cuja opinião nos merece atenção—vale mais que
200 dirigentes socialistas em concepção colectiva simultânea e nunca percebi
como aceitou ser ministro num Governo presidido pelo Zezito. Mas isso são
apartes. O que queria dizer é que ontem Amado escreveu na revista
"Visão" o seguinte: a Grécia
caminha para um desastre social e político que pode acabar, na melhor das
hipóteses, num referendo sobre a permanência no euro ou, na pior das hipóteses,
num golpe militar.
Eu diria que pode resultar nas duas coisas.
Todos conhecem os antecedentes da Grécia e, segundo leio,
os actuais militares não se distinguem muito dos de 1967. Sei não ser fácil, no
contexto europeu actual, instalar uma cangalhada semelhante à "ditadura
dos coronéis" de então, mas tal depende do grau de abandalhamento a que a
situação política chegar. E se os actuais dirigentes syrízicos não têm um nadinha
de senso, os gregos podem vir a conhecer dias difíceis.
Aldous Huxley escreveu que a maior lição da
História talvez seja a de que ninguém aprendeu as lições da História. Nunca,
suspeito.
Depois da desgraça vêm os lamentos, os queixumes, o fado
em dó menor. Sei que é bonito e de macho esticar a corda até ela partir; mas
tem custos. A porra é essa.
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