sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

ESTICAR A CORDA

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Luís Amado é um homem informado e ponderado, cuja opinião nos merece atenção—vale mais que 200 dirigentes socialistas em concepção colectiva simultânea e nunca percebi como aceitou ser ministro num Governo presidido pelo Zezito. Mas isso são apartes. O que queria dizer é que ontem Amado escreveu na revista "Visão" o seguinte: a Grécia caminha para um desastre social e político que pode acabar, na melhor das hipóteses, num referendo sobre a permanência no euro ou, na pior das hipóteses, num golpe militar.
Eu diria que pode resultar nas duas coisas.
Todos conhecem os antecedentes da Grécia e, segundo leio, os actuais militares não se distinguem muito dos de 1967. Sei não ser fácil, no contexto europeu actual, instalar uma cangalhada semelhante à "ditadura dos coronéis" de então, mas tal depende do grau de abandalhamento a que a situação política chegar. E se os actuais dirigentes syrízicos não têm um nadinha de senso, os gregos podem vir a conhecer dias difíceis.
Aldous Huxley escreveu que a maior lição da História talvez seja a de que ninguém aprendeu as lições da História. Nunca, suspeito.
Depois da desgraça vêm os lamentos, os queixumes, o fado em dó menor. Sei que é bonito e de macho esticar a corda até ela partir; mas tem custos. A porra é essa.
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