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A Dr.ª Cândida Almeida deu
uma entrevista, leio nos jornais. Declarou-se surpreendida com a prisão do Zezito,
"por ser um ex-Primeiro-Ministro" (!) e "porque nas
investigações que antes liderou não foram detectados indícios dos crimes
que agora lhe são imputados".
Não me surpreende. Embora
sem dados para o afirmar, suspeito que a Dr.ª Cândida Almeida, na carreira
no Ministério Público, nunca deve ter detectado indícios de nenhum crime—algum
pilha-galinhas preso sob a sua mira deve ter sido alguém que se entregou à Justiça
voluntariamente para comer uma refeição quente na cadeia.
Corria o ano de 2013,
quando A Dr.ª Joana Marques Vidal, Procuradora-Geral da República há pouco
tempo, numa das suas primeiras decisões, para assentar ideias, correu com
Cândida Almeida do DCIAP, acabando com uma carreira brilhante de 12 anos
caracterizada pelo arquivamento de processos de corrupção, como a concessão do
Freeport e a licenciatura do Zezito. A maçon Cândida, segundo consta em listas
que se podem ver na Net, ficou ofendida porque, conforme diz, "devia ter
sido ela a fechar alguns processos que estavam em curso"; e diz muito bem:
a então directora do DCIAP era um autêntico cadeado, um aloquete, um engenho de
fechar processos.
Na Universidade de Verão
do PSD, Cândida Almeida declarou urbi et orbi que os políticos portugueses não
são corruptos, que Portugal não é um País corrupto e que o combate à corrupção
não pode ser uma caça às bruxas. E Cândida não caça bruxas, não caça corruptos, não caça gambozinos, não caça nada. É um ícone da inércia
jurídica e da inutilidade judicial. Tal
e qual.
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