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Conta-se que Ferreira do Amaral, comandante da Polícia
Cívica de Lisboa ainda durante a Primeira República, quando tomou conhecimento
de que um conhecido, afamado e temido bombista—dos muitos que na época se
dedicavam a tal desporto—tinha sido detido, mandou que o trouxessem à sua
presença para o ver e eventualmente interrogar. Quando o facínora apareceu, Ferreira
do Amaral olhou bem para ele, não se conteve e perguntou: Essa merda é que é o
bombista? Depois terá coçado a cabeça e dito: Mandem o gajo embora. E pô-lo em
liberdade.
Não sei se a história é verdadeira e, em caso afirmativo,
se foi exactamente assim, mas não interessa. Falo nela porque me foi contada
quando comentava com um familiar o facto do juiz Carlos Alexandre se ter
abstido de fazer qualquer participação contra o Mário Soares, depois deste ter
mandado mais uma bomba.
Soares é o bombista verbal de serviço na actual situação política. O
juiz Carlos Alexandre conhece-o bem e, pelo visto, tem dele a mesma opinião com
que Ferreira do Amaral ficou depois de ver o outro bombista.
Fico decepcionado se alguém se dá ao trabalho, Procuradora-Geral
incluída, de tomar qualquer atitude em relação às bacoquices do Dr. Soares que
tem passado toda uma vida a dizê-las—desde o tempo que usava bibe.
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