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Já todos percebemos que as sondagens, pelo menos em
Portugal e para efeito de previsão de resultados eleitorais, são pífias. Diria
até que são mais que pífias—são uma desgraça. Não vou particularizar, mas há
partidos habitualmente "favorecidos" nas previsões e outros "prejudicados",
o que torna legítima a pergunta se a isenção é completa na sua realização.
Podíamos dizer que asneiradas nas sondagens não
interessam porque o que vale é o resultado eleitoral, mas isso não é verdade—as
sondagens condicionam votos.
Hoje li num jornal que a margem de erro da sondagem
varia com a dimensão da amostra, o que já todos sabíamos. Mas acrescenta o
artigo que essa dimensão é contratualizada entre quem encomenda o estudo e quem
o faz, o que eu não sabia e, provavelmente, muita gente não saberá também. Quanto
mais pequena é a amostra mais barato o estudo e mais rasca o resultado.
Acho uma prática inaceitável com sabor a ciência a
metro. As sondagens usam métodos estatísticos científicos e, sendo assim,
presume-se que a amostra deve ter requisitos bem definidos capazes de evitar
erros grosseiros. Mas em face do que li hoje e do que tenho visto, sondagem
é—ou pode ser— papel de embrulho: papel costaneira ou melhorzinho, dependendo de
como o cliente abre os cordões à bolsa.
Estou a ver o secretário-geral dum partido a falar com
Rui Oliveira e Costa, da Eurosondagem: Ó Rui, faz-me aí uma sondagem baratucha
para ver se a podemos usar na nossa campanha eleitoral.
Muito tosco é o que me parece.
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