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É hoje consensual que a energia produzida pela combustão de carvão e outros combustíveis fósseis, como o petróleo e o gás natural, é solução péssima para acorrer às exigências colossais de electricidade das sociedades modernas. Além da poluição do ar, com os inconvenientes conhecidos, sejam chuvas ácidas ou o eventual aquecimento global, sejam outros como a acção directa na biosfera, a queima de tais materiais e da biomassa, tem ainda o problema adicional e grave do consumo exagerado de água para o arrefecimento das centrais.
As energias alternativas são a solução, porque são menos poluentes e renováveis, ou seja, a fonte é teoricamente eterna porque infinita. Mas não são de todo inócuas do ponto de vista ambiental, como por vezes se deixa ficar a ideia. Todas têm custos nesta matéria.
Não basta pensar no impacto da energia hídro-eléctrica, dado serem familiares os prejuízos sociais, agrícolas, históricos, paisagísticos, e outros das barragens. Também na energia eólica, e na fotovoltaica, há muitos outros inconvenientes. Desde logo o impacto ambiental do fabrico dos geradores e os problemas do destino dos seus materiais depois de desactivados, preocupação aplicável sobretudo aos painéis solares, mas não só. Acrescente-se o impacto visual na paisagem, ao transformar grandes extensões em campos cheios de “palitos” com hélices de 50 metros de amplitude a rodar nas extremidades; e nos edifícios cobertos pela superfície espelhada dos painéis, arquitectonicamente intragáveis; quando não se trata de extensas superfícies rurais transformadas em espelhos azulados, impossíveis de integrar esteticamente no meio.
A estas dificuldades, acresce outra, resultado de capricho irónico da natureza – e talvez não: os centros de maior consumo ficam habitualmente afastados dos locais onde as condições para produzir energia a partir de fontes alternativas são melhores. Tal resulta na necessidade de construir múltiplas e extensas redes de transporte, cuja produção e construção são poluentes, e caras. É um aspecto que prejudica a relação custo/benefício de forma fatal, para não falar do inconveniente de encher um país de redes eléctricas, qual teia de aranha gigante.
Muito caminho há ainda a palmilhar, a fim de encontrar soluções satisfatórias para saciar a voracidade em energia do homem do Século XXI. A solução não está próxima, nem pouco mais ou menos. Basta dizer que, se toda a energia renovável produzida no mundo em 2008, com exclusão da hídrica, tivesse sido utilizada nos Estados Unidos, tal energia supriria todas as necessidades do País apenas durante sete semanas – é de perder a cabeça, para não dizer a pinha!
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