terça-feira, 9 de dezembro de 2014

DEIXEM-ME PEDALAR !

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Não entendo muito de bancos, infelizmente. Sei que são lugares onde as pessoas podem guardar dinheiro com alguma probabilidade de estar mais seguro que debaixo do tapete da porta e pouco mais. Ouço que os banqueiros se governam bem, mas não percebo como. No fim de contas, o dinheiro em cativeiro não se reproduz como os coelhos. Há qualquer mecanismo naquela actividade que não entendo porque, em boa verdade, só dá despesa com cofres, lojas, empregados, mulheres da limpeza e outras necessidades, penso eu. Aliás, tanto quanto sei e estudei, o dinheiro não tem reprodução assexuada, muito menos sexuada, caso em que os bancos seriam locais de depravação. E não!—são instituições respeitáveis e respeitadas, tal como os banqueiros. Mas o facto é que o dinheiro parece ali reproduzir-se.
Hoje, Ricardo Salgado levantou um bocadinho a ponta do véu na Comissão Parlamentar; mas não se alargou muito. Disse Salgado que o BES se afundou porque as bicicletas caem quando se deixa de pedalar. É uma pista: o negócio do BES tinha a ver com bicicletas; não de compra e venda das ditas, não senhor, porque isso sabia-se. Mas ficámos informados que tudo aquilo dependia da pedalada de Salgado. O Banco de Portugal tirou o pé de Salgado do pedal, ou o pedal do pé—é igual—e seguiu-se a derrocada. Tendo em conta que esta chegou a Paris de França, à Suíça, ao Luxemburgo, a Angola, talvez a Vanuatu, onde está a chaminé do Inferno, conclui-se que Salgado é um ciclista de fundo.
Tudo visto e analisado, acho que foi uma burrice não deixar Salgado pedalar. Aliás, o Dr. Soares acha o mesmo. Segundo o "senador", o XIX Governo Constitucional arranjou uma "sarilhada" injustificada com essa coisa do BES. Estou de acordo, até porque, por causa do BES, um dia destes o Dr. Rosário Teixeira lembra-se de ir escavar numa fundação ali para os lados de S. Bento e temos outra "sarilhada". Ai temos, temos!
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