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Não entendo muito de bancos, infelizmente. Sei que são
lugares onde as pessoas podem guardar dinheiro com alguma probabilidade de
estar mais seguro que debaixo do tapete da porta e pouco mais. Ouço que os
banqueiros se governam bem, mas não percebo como. No fim de contas, o dinheiro
em cativeiro não se reproduz como os coelhos. Há qualquer mecanismo naquela
actividade que não entendo porque, em boa verdade, só dá despesa com cofres,
lojas, empregados, mulheres da limpeza e outras necessidades, penso eu. Aliás, tanto
quanto sei e estudei, o dinheiro não tem reprodução assexuada, muito menos
sexuada, caso em que os bancos seriam locais de depravação. E não!—são
instituições respeitáveis e respeitadas, tal como os banqueiros. Mas o facto é
que o dinheiro parece ali reproduzir-se.
Hoje, Ricardo Salgado levantou um bocadinho a ponta do véu na
Comissão Parlamentar; mas não se alargou muito. Disse Salgado que o BES se afundou
porque as bicicletas caem quando se deixa de pedalar. É uma pista: o negócio do
BES tinha a ver com bicicletas; não de compra e venda das ditas, não senhor,
porque isso sabia-se. Mas ficámos informados que tudo aquilo dependia da
pedalada de Salgado. O Banco de Portugal tirou o pé de Salgado do pedal, ou o
pedal do pé—é igual—e seguiu-se a derrocada. Tendo em conta que esta chegou a Paris
de França, à Suíça, ao Luxemburgo, a Angola, talvez a Vanuatu, onde está a
chaminé do Inferno, conclui-se que Salgado é um ciclista de fundo.
Tudo visto e analisado, acho que foi uma burrice não deixar
Salgado pedalar. Aliás, o Dr. Soares acha o mesmo. Segundo o "senador",
o XIX Governo Constitucional arranjou uma "sarilhada" injustificada
com essa coisa do BES. Estou de acordo, até porque, por causa do BES, um dia
destes o Dr. Rosário Teixeira lembra-se de ir escavar numa fundação ali para os
lados de S. Bento e temos outra "sarilhada". Ai temos, temos!
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