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Em 2010, a Craig Venter, de Maryland, deu um enorme
passo na genómica sintética ao criar o que chamou de Synthia, o primeiro ser vivo filho de um computador. Era uma
simples bactéria, mas com todo o ADN produzido artificialmente, in vitro.
Pouco depois, a capacidade de sequenciar o ADN melhorou
de tal forma que foi possível extrair todo o genoma de um osso com 80 mil anos de
idade de um antepassado do homem, o Hominídeo de Desinova, encontrado numa
caverna da Sibéria.
Este ano, no Reino Unido, tornou-se legal a criação de crianças com três
progenitores, ou seja, um pai e uma mãe biológicos e uma segunda mulher dadora
de genoma de mitocôndrias sem os defeitos existentes no da mãe biológica.
Neste momento, a Venter está a trabalhar na re-engenharia
de pulmões de porco, de modo a poderem ser usados em transplantes humanos, o
que se afigura uma revolução no tratamento de afecções pulmonares, responsáveis
por um décimo das mortes por doença na Europa.
E, em 2020, muitos hospitais terão departamentos de medicina
genómica, de modo a desenhar individualmente a terapêutica baseada na
constituição genética do doente.
Serve o resumo acima para imaginar o que poderá ser o
futuro em matéria de Medicina e Biologia. Cheira tudo a fantasia e
ficção científica? Claro que cheira. Mas a que cheirariam, há apenas 100 anos, histórias
como a da ida do homem à Lua, ou da colocação de um rover em Marte a encaminhar dados e imagens científicas para a
Terra, ou do envio duma sonda até Plutão, quando ainda se pensava que o
universo era apenas e se esgotava nesta insignificância chamada Via Láctea que
é a nossa galáxia?
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