sábado, 30 de dezembro de 2017

A LENDA DA LEGIÃO

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A Legião Estrangeira da França (a Espanha também tem uma) é uma das forças militares mais romanceadas do mundo, embora nem tudo quanto se conta seja verdade.
Foi, sobretudo, na difícil colonização da Argélia que a Legião se tornou mais conhecida pela sua dureza e capacidade de resistir ao deserto.
Na tradição dos militares, que não combatem por dinheiro na sua maioria e, por isso, não são verdadeiros mercenários, nem tampouco fugitivos à Justiça como vulgarmente se pensa, há a mística do esforço e do sacrifício, que pode ir até à própria morte.
O legionário observa uma antiga tradição qual é a de marchar diariamente 40 km, no mínimo, tradição que ficou da era pré-motorizada das tropas em que a capacidade de deslocação rápida era fundamental para vencer guerras.
Mas a legião inovou e nela nasceu a prática de cada dois soldados se associarem a uma mula que transportava o material e um deles de cada vez, alternando a boleia da mula de tantos em tantos quilómetros e conseguindo vencer 70 ou 80 km num dia — tanto quanto os beduínos com os camelos.
E não se pense que a Legião era, ou é, um bando de matarruanos toscos e iletrados. Contam-se entre os seus actuais e antigos elementos príncipes, romancistas, músicos, poetas, políticos, réis, rebabá, nomes como Pedro I da Sérvia, Príncipe Aage da Dinamarca, Príncipe Bao do Vietname, Príncipe Luís II do Mónaco, o novelista Arthur Koestler, o poeta Alan Seeger, o compositor Cole Porter e o realizador William Wellman, entre outros.
A Legião venceu muitas batalhas desde a sua formação, mas é sobretudo conhecida por uma derrota: a de Dien Bien Phu, no Vietnam, em 1954, onde o coronel Charles Piroth se comportou com enorme valentia, antes de se matar com uma granada.
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