Mas o hidrogénio do Sol é como a gasolina do depósito dos automóveis — consumindo, acaba. E o hidrogénio do Sol um dia acabará, como já aconteceu em milhões de estrelas do Universo. O do Sol esgotar-se-á dentro 4,5 mil milhões da anos. Então, sem fusão de átomos, o núcleo da estrela "esmorece, murcha, encolhe e colapsa" — kaput!
Nessa situação, a "casca" da estrela, neste caso o Sol, destaca-se do núcleo chocho e salta pelo espaço fora. É o que chamaram os antigos astrónomos uma supernova porque julgavam ser o fenómeno uma estrela a nascer e não a morrer.
Morta e colapsada a estrela, o seu volume diminui muito por efeito da gravidade e, na ausência de hidrogénio, os outros átomos presentes, sobretudo hélio nesta fase, são esmagados, com os electrões negativos empurrados para o interior do núcleo onde são neutralizados pelos protões positivos, gerando neutrões. A partir de certa parte do "filme", só há neutrões! Está formada o que se chama uma estrela de neutrões — é verdade, embora pareça mentira!
As estrelas de neutrões têm dimensões relativamente pequenas — o máximo 2,6 vezes o Sol — mas massa enorme, muito concentrada: uma colher de chá de uma estrela de neutrões pode pesar 10 milhões de toneladas. Parece anedota, mas é o que diz quem sabe.
Se a massa ultrapassa valor superior a 2,6 vezes a do Sol, aproximadamente, a estrela de neutrões colapsa novamente, tornando-se ainda mais comprimida e forma o que se chama um buraco negro, objecto exótico a modos, digo eu, de super-estrela de neutrões. Chama-se buraco negro porque a gravidade é tanta que nem a luz — fenómeno electromagnético sem massa — lhe escapa e por isso não se vê, mas come tudo. Os astrónomos sabem que está lá porque avaliam a sua gravidade; agora mais facilmente através da observação das ondas gravitacionais. Mas deixemos isso para melhor ocasião.
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário