quarta-feira, 17 de abril de 2019

TÁCTICA E ESTRATÉGIA

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Na política, como em todas ― ou quase todas ― actividades, a estratégia é uma coisa e táctica é outra. A primeira é constituída pelo que se quer fazer, a segunda ocupa-se do modo de o conseguir. Em resumo, não basta querer, é preciso saber. Vem isto a propósito de uma conversa de Carlos Moedas, há dias. Dizia ele que a Europa precisa de um efeito semelhante ao produzido por Kennedy quando anunciou que os EUA iam pôr um homem na Lua; e sugeria como desafio para a Europa actual a ambição de avançar para “algo como o avião eléctrico ou a cura da doença de Alzheimer” ― uma agenda para o futuro.
Antes de alguém pensar ser possível chegar à Índia por mar ― e agora sou eu a dizer ―, a viagem era impossível e criava, nos que então viviam, problemas que temos hoje com a Doença de Alzheimer, com o avião eléctrico, com a esquizofrenia, com muitos cancros, com a previsão dos sismos e erupções vulcânicas e por aí fora. Jamais se pode afirmar que nunca conheceremos aquilo que desconhecemos.
Até prova em contrário, ser desconhecido é a condição de ainda não ser conhecido. O acto de descobrir melhora claramente com alguns catalisadores. No pensamento de Moedas foi a viagem à Lua e poderá ser a cura da Doença de Alzheimer. Não sei, nem ninguém sabe; mas poderá ser, por exemplo, a fuga dos jactos para o Egipto.

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