sábado, 22 de março de 2014

FERRO E FOGO

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Estudos feitos em fósseis e em camadas de gelo da época mostram que na última era glaciar, há dezenas de milhares de anos, ventos oriundos da Patagónia e áreas mais meridionais da América do Sul, depositaram enormes quantidades de poeira com ferro no oceano. O metal funciona como óptimo fertilizante para o plâncton marinho, estimulando o seu crescimento―é um excelente adubo para o jardim marítimo. Mas o importante é que esse plâncton é capaz de captar massas enormes de dióxido de carbono da atmosfera e provocar o arrefecimento do clima por mecanismo inverso ao que se diz estar acontecer actualmente. Voilá, dir-se-á, o que rima mas não é a verdade que insinua.
Com a capacidade máxima do homem para adubar os oceanos com ferro, seria possível baixar a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera em cerca de 40 partes por milhão (ppm), ao longo de 100 anos. Mas o aumento actual do gás é de 2 ppm por ano, o que significa que em 20 anos aumentará o que só se consegue reduzir em 100! (O nível actual é de 400 ppm).
Os ventos da Patagónia já não são o que eram―como muitas outras coisas―e os que há são pobres. Mesmo os da Rússia, que levam muito ferro, mas também têm muito fogo. E ventos de ferro e fogo têm conteúdo que se anula mutuamente.
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