segunda-feira, 31 de março de 2014

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA

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O físico Richard Feynman dizia que, se um cataclismo destruísse todo o conhecimento científico, a melhor frase, com a mais importante informação, que podia ficar para a geração seguinte seria: Todas as coisas são feitas de átomos—pequenas partículas  em permanente movimento que se atraem quando próximas e se repelem quando comprimidas.
Tenho dúvidas sobre a opinião de Feynman, mas quem sou eu para o contrariar?
De forma mais prática, um astrobiologista chamado Lewis Dartnell põe outra questão e diz o que era importante ficar registado para a posteridade, se o tal cataclismo acontecesse. A primeira informação seria a de que muitas doenças são provocadas por micróbios, organismos invisíveis a olho nu, e não por castigo divino, mau olhado, bruxedo e rebabá. Que a água pode ser desinfectada com lixívia e o sabão ser feito facilmente com gordura animal ou vegetal; que é importante manter os excrementos longe das fontes de água; como se devem cultivar os cereais, nomeadamente o trigo, o milho e o arroz, e guardá-los em silos, ou locais parecidos; a vantagem de os moer em farinha—extensão da função dos dentes molares—e da cocção que facilitam a digestão e absorção; e, finalmente, o fabrico do pão.
Dartnell é mais prosaico, mas vai muito bem—só esqueceu o fogo, mas isso está implícito no cozinhar. Na situação hipotética referida, era muito mais importante não cagar na nascente que saber essa coisa fina dos átomos!
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