O Homo sapiens conhece razoavelmente como é o miolo do planeta Terra e sabe, mais ou menos, quanto calor é gerado lá dentro—é bastante. A maior parte dele resulta do decaimento radioactivo do potássio 40, do tório 232 e do urânio 238. Os números referidos a seguir aos nomes correspondem ao somatório dos protões e neutrões nos núcleos daqueles átomos e o decaimento radioactivo consiste na saída de neutrões dos núcleos, com emissão de energia, no caso que nos ocupa, calor. Até aqui, ainda não nos aconteceu nada!
Sabe-se isto, embora se
ignore onde ocorrem esses fenómenos dentro da bola, nossa morada; ou seja, não
há mapa dos acontecimentos, que são de distribuição não uniforme. Mas como o decaimento radioactivo se acompanha
da emissão de partículas subatómicas minúsculas, autênticos cagagésimos, o seu
doseamento quando chegam à superfície dá-nos a ideia de onde ocorre a produção de
calor. É claro que é preciso descontar os antineutrinos produzidos pelo homem
nas centrais nucleares à superfície, o que é fazível, embora complicado, como
diria um deputado da Nação. Veja-se na imagem em cima os locais actuais de
produção de antineutrinos por centrais nucleares.
Os geofísicos, nomeadamente uma senhora
chamada Barbara Ricci, da Universidade de Ferrara, em Itália, esperam ter,
dentro de poucos anos, o quadro completo dos processos em curso no interior
desta bola azul. Não é um espanto?
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