A vida na Terra começou há qualquer coisa como 4 mil
milhões de anos, ou próximo disso. Evoluiu depois, como se sabe: muito simples
ao princípio, com células procariotas, chegou à beleza que nós somos, ou
julgamos ser. Digo isto porque, quando se lêem textos sobre a vida, quase
sempre fica no ar a ideia que representamos o fim da evolução; isto é, a
natureza batalhou, batalhou, e só parou quando chegou a nós: ganda Homo
sapiens! Presunção e água benta, cada um toma a que quer.
Se pensarmos minimamente, de preferência um nadinha
melhor que o Zezito, também conhecido por José Sócrates (uma das obras-primas
da tal evolução), percebemos que o Sistema Solar actual está a meio da vida e
ainda há muitos anos para palmilhar. Não está escrito em sítio nenhum que a evolução
parou—todos os dias ela acontece com bactérias, por exemplo. Se em perto de 4
mil milhões de anos se foi da célula procariota até ao Zezito, noutro tanto
tempo, em especial porque já não há as dificuldades iniciais de criar a
primeira célula a partir do pó das estrelas, é bem expectável que a evolução
faça coisas muito mais extraordinárias que até ao momento. Refira-se—a título
de exemplo—seres humanos com duas cabeças para governar Portugal. Não devem
chegar só duas, mas talvez se chegue às quatro ou cinco. Nessa altura, acabará de
vez a Contribuição Extraordinária de Solidariedade—espera-se—e talvez as PPP de
João Cravinho.
Chama-se a esta visão o tempo profundo, o futuro
longínquo, a esperança do indígena da terra onde o mar se acaba, o mar começa e
Febo repousa no oceano. O próprio Darwin—que não teve o privilégio de conhecer
o Zezito—dizia que nenhum ser vivo preservaria as suas características no
futuro distante. E acrescentava ser do senso comum que isso ocorrerá mais
depressa a partir do tempo actual porque a pressão do ambiente é agora maior.
A espécie humana não é o fim, mas um meio—espécie nascida
cedo na evolução cósmica, passo transitório para formas superiores da vida, de
que os políticos lusitanos são os protótipos. Daqui a 4 mil milhões de anos, estupidamente, acaba tudo; exactamente quando estarão a surgir os primeiros políticos capazes de controlar a dívida deixada pelos socialistas.
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