Leio que Marques Mendes
falou hoje do julgamento e condenação de Maria de Lurdes Rodrigues. Para ser franco, a senhora
parece tão choninhas que até faz pena vê-la julgada e condenada. Mas quem vê caras não vê corações e houve ali cambalacho, ou rabo
escondido com o gato de fora.
Segundo Mendes, "Esta
questão das penas pesadas é uma tendência nova da justiça. A justiça começa a ser
igual para todos, há crimes que há uns anos eram tolerados e agora já não.
Parece que está a acompanhar o sentimento da sociedade e isso dá credibilidade
à justiça e à democracia."
Acho que Mendes tem
razão. Ao contrário do que acontece em países como os Estados Unidos, Inglaterra,
França e por aí fora, em Portugal tem havido algum temor em meter os políticos
na ordem, fazendo a Justiça vista grossa. Tal tem criado alguma displicência
que acaba em facilitismos de compadrio. À escala governamental, o eventual
crime de Maria de Lurdes Rodrigues é coisa quase de pilha-galinhas. É o
favorzinho ao irmão do correligionário, ao sócio do companheiro, ao padrinho do
afilhado, ou uma trampa assim; mas é crime, e de pequenino é que se torce o
pepino. A condenação tem efeito dissuasor. Quando se apanham cinco anos por causa de umas
cunhas e uns "robalos" e três e meio por dar um emprego chorudo, espera aí que
isto agora fia mais fino.
É urgente que a Justiça
mantenha os políticos com o rabo entre as pernas. Caso contrário,
qualquer dia estamos no Botsuana—já não falta muito.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário