A respeito das suspeitas agora levantadas sobre o "passado político-financeiro" do Primeiro-Ministro, ouvi hoje na rádio a deputada do PSD Teresa Leal Coelho dizer que ele faz muito bem em não responder a acusações cobardes e anónimas. Talvez sejam anónimas, talvez cobardes, mas não se pode dizer que Passos Coelho não responde. O problema é que responde de forma enviesada, embrulhando a resposta em manobras de diversão, com pedidos de esclarecimento à Assembleia da República e à Procuradoria-Geral. Isto é, ou responde, ou não responde—não pode andar é a encanar a perna à rã porque tal só agrava as suspeitas.
Então o homem não sabe se recebeu 150.000 euros há dez ou
quinze anos? São 30 mil contos em moeda antiga—muito cacau! E não sabe se incluiu
essa importância na declaração de rendimentos para as Finanças? E não se lembra
se recebeu indevidamente o subsídio de reintegração, ou lá como se chama essa
pouca vergonha? É caso para dizer vai
contar essa a outro, pá.
Não sei se Passos Coelho é um artista português como há
muitos, mas tenho o direito de saber. E a primeira coisa que se espera é ouvir
da boca do próprio—em primeira mão—se prevaricou ou não. Depois, traga as
confirmações que achar justas e são bem-vindas—da Assembleia da República, da
Procuradoria-Geral da República, das Finanças, da Junta de Freguesia, do prior
que o baptizou, da catequista, da
madrinha do crisma e do "moedinhas" que lhe arrumava o carro. Mas isso, só depois
de nos informar cara a cara se fez ou não uma borrada. Somos parvos ou quê?
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