Para os filósofos
pré-socráticos o mundo era feito de água, terra, ar e fogo. Demócrito falou
pela primeira vez em átomo, o que significa coisa indivisível, sem imaginar que
o átomo não era o fim do caminho. Muito mais tarde, falava-se em electrões e os
átomos seriam apenas grupos de electrões a flutuar em pequenos mares de cargas
eléctricas positivas.
Em 1909, Ernest
Rutherford, Hans Geiger e Ernest Marsden bombardearam uma finíssima lâmina de
ouro com partículas provenientes de um bocado de rádio e, com grande surpresa,
constataram que algumas das partículas faziam ricochete e voltavam para trás. Afinal,
os átomos não eram tão diáfonos e permeáveis como se imaginava.
Rutherford
teorizou que havia mais massa nos átomos, capaz de impedir a passagem das partículas
que chocavam com ela, provavelmente localizada em núcleos. Só mais tarde o físico dinamarquês Niels Bohr
formulou o modelo muito próximo do admitido actualmente, com partículas no
núcleo à volta do qual gravitam os electrões.
Por volta de 1926,
chegou-se a acordo sofrível sobre a teoria matemática do átomo─sofrível o acordo, não a teoria─chamada mecânica quântica, confirmada em pouco anos e com implicações para
a Química, a espectroscopia e para a Física Nuclear.
Mas não há
consenso sobre muitas coisas ainda. Admitem-se teorias provisórias não
comprovadas experimentalmente. O próprio bosão de Higgs, tão festejado
recentemente, não é a evidência indiscutível. Há apenas uma certeza: na
mecânica quântica não há nenhuma certeza. Pelo menos nos detalhes.
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