O Primeiro-Ministro disse
hoje no Parlamento:
"Durante todo esse período, em
que desenvolvi actividades que não considero nem considerei incompatíveis com
função de deputado de exclusividade ou dignas de conflito de interesses, posso
ter apresentado despesas, de almoços, deslocações, quer a Bruxelas, quer a Cabo
Verde, quer dentro do território nacional".
Por outro lado, João
Miguel Tavares informou-nos ontem sobre a Tecnoforma:
"Convém
recordar aos mais esquecidos que a Tecnoforma era essa extraordinária empresa, impulsionada
pelo romântico par Passos-Miguel Relvas, que se propunha, em troca de 1,2
milhões de euros, dar formação a 1063 pobres almas com um objectivo que parece
saído do argumento de uma série cómica britânica: ensinar os mais de mil
formandos a operar em nove aeródromos da Região Centro, dos quais só três estavam
activos e empregavam, no total, cerca de dez trabalhadores."
Se a informação
que circula nos media, de que Passos Coelho recebeu da Tecnoforma a importância
de 150 mil euros—ou 30 mil contos—está certa, convenhamos que são muitos almoços e muitas deslocações
para tão modesto fim.
Olhando para o
Primeiro-Ministro, ninguém diria que come tanto. Mas só sabendo quantas viagens
fazia se pode avaliar as calorias gastas. Eventualmente, iria às vezes a pé ou
a nado e isso exige muito alimento. Se tivesse usado um pedómetro, ficava tudo melhor
explicado—preto no branco. E calava de vez o escárnio e maldizer.
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