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Tozé há muito tempo que pôs o dedo na ferida do PS (aliás, a mesma de outros partidos). Em Julho, proclamou do alto do sótão do
Largo do Rato: A minha linha de fractura é entre a nova e a velha
política. A velha política que mistura negócios, política, vida pública,
interesses, favores, dependências, jogadas e intriga. O que existe no PS mais
associado a essas coisas é apoiante de Costa.
Segundo Nuno Saraiva, no DN de hoje e a respeito do
frente-a-frente de ontem, "Seguro
quis colar Costa e seus apoiantes ao 'partido invisível' dominado pelos
'poderes fáticos' que representa uma 'promiscuidade total' entre a política e
os negócios. E, de uma penada, pôs no mesmo saco Nuno Godinho de Matos—ex-administrador
do BES e advogado da Ferrostaal—e outros fundadores do partido como Mário
Soares, Manuel Alegre, Almeida Santos ou Jorge Sampaio". Acrescenta Saraiva que
"a história do PS, personificada nos senadores, jamais perdoará a Seguro
aquilo que ontem aconteceu".
Não tenho qualquer dúvida que os ditos
"senadores" jamais perdoarão. Mas alguém tem de apontar o dedo e os "históricos"
senhores, assumidos proprietários do PS, se não mesmo da Pátria, têm de ouvir a
verdade, embora ela seja péssimo registo para memória futura.
Todos sabemos de figurões políticos enterrados até às
orelhas em conselhos de administração, em escritórios de advogados envolvidos
em interesses chorudos, em lobbies—para usar terminologia benigna—e por aí
fora. Para não falar do nepotismo, quiçá uma das principais chagas da sociedade
portuguesa actual.
Não tenho Tozé em grande conta politica. Mas tiro-lhe o
chapéu por ter a coragem de chamar os bois pelo nome. A fruta podre cai sozinha, mas cai mais depressa quando
se abana a árvore.
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