Há quem tenha olhos para ver a desgraça em que Portugal caiu. Enterrado até aos colarinhos em dívida e gerido por pessoal medíocre e sem cultura de nenhuma espécie—não falo de cultura política, histórica, financeira ou o que quer que seja; falo de toda a cultura—não sairá tão cedo do buraco. Hoje, no "Expresso", Ricardo Costa escreve assim:
[...] Com uma ou
outra nuance, no PS o défice é um problema circunstancial e a dívida uma coisa que
teve origem no capitalismo desenfreado e que alguém há de aligeirar um dia. Com
todo o respeito, esse discurso não apresenta uma alternativa credível a Passos
Coelho pela simples razão de que não é realista. O discurso de Passos, que acima
de tudo tem o óbvio defeito da resignação a um destino de sofrimento, assenta
em factos e números. Não tem uma
pinga de esperança ou sonho, mas bate certo. O dos candidatos do PS apela à mudança
e dá votos, mas não resiste ao primeiro Orçamento do Estado.
O que o PS ainda
não percebeu é isto. E, pelo andar da carruagem, só vai perceber quando entrar
para o Governo e encontrar as gavetas vazias.
Há muito que não lia coisa que tão bem definisse o dilema
que os portugueses enfrentam: o de fazer a escolha que nos tire do pântano—o de
Guterres e o dos outros que lhe sucederam e o precederam. Digam-me Vossas Excelências
em quem pode um português votar na actual conjuntura. Em Passos Coelho—com
Portas ou sem Portas—em Tozé ou Costa, em Marinho e Pinto, em Garcia Pereira,
em José Manuel Coelho?
A conversa de todos estes janotas é só isso mesmo:
conversa. E a de Costa ou Seguro não vale muito mais que a de José Manuel Coelho. Quem enxerga um nadinha de esperança em tais personalidades?
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