Hoje, Frei Bento Domingues escreve no
"Público", como habitualmente aos domingos. Começa assim:
Aconselharam-me a ter cuidado com o modo como
são abordadas as problemáticas levantadas pelo Sínodo sobre a Família, pois a Igreja
não pode dar a imagem de que tanto abençoa casamentos como divórcios ou
recasamentos. [...]
O escrito sugere que Frei Bento Domingues estará sob a mira
de alguém; eventualmente, um censor
hierárquico, o que não admira—o teólogo, parece-nos, não acerta o passo com a marcha tradicional da
Igreja.
Logo a seguir, acrescenta:
[...] As religiões
são expressões públicas e sociais da fé. O legalismo e o ritualismo tendem a
envenenar a sua vida concreta. Chegam a querer substituir-se à liberdade de Deus
e à consciência humana. A lei e o ritual pretendem traçar o caminho a Deus e
aos seres humanos: ou passam por ali ou não passam. [...]
Depois disserta sobre o tema, não sem deixar de citar S. Tomás de Aquino
quando escrevia: A misericórdia efectiva é o que de melhor podemos dizer de Deus.
Falo nisto porque parece assistir-se actualmente à revisão de muitas posições oficiais da
Igreja Católica, progresso louvável tendo em conta a importância sociológica que tem em muitas comunidades. Longe vai o tempo da Inquisição e das Cruzadas,
felizmente hoje amaldiçoadas. Já não há nada que se pareça com isso, mas ainda
há muitas arestas a limar; eventualmente, alguma pedra a partir também.
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