domingo, 2 de agosto de 2015

A INDIGNAÇÃO É GERAL

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Um dentista americano matou um leão no Zimbabué. O animal tinha nome: chamava-se Cecil. O dentista também tem: chama-se Palmer. Jornais, televisões, rádios e redes sociais enchem-se de indignação. Se Palmer é caçado, provavelmente será linchado, eventualmente decapitado, quiçá capado. Milhares de milhões de cidadãos terráqueos estarão com problemas para adormecer a pensar em Cecil. Até aqui, adormeciam bem, não obstante todos os anos serem legalmente abatidos 250 leões em África para figurarem como troféus de caça em casas de todo o mundo.
Por ano, 600 mil crianças são vítimas de tráfico humano no mundo; em Chicago, desde Janeiro, já foram baleadas 1560 pessoas este ano; há problemas graves de abastecimento de água em cidades dos Estados Unidos, mas ninguém está indignado. O problema é o leão Cecil.
Há pachorra? NÃO HÁ!!!
Haja ao menos um bocado de senso e noção da dimensão dos problemas.
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