Quado se encontra alguém com maior sucesso que nós numa
qualquer actividade, pode isso não originar nenhum sentimento especial,
provocar admiração, ou causar inveja. A admiração é considerada reacção nobre e
manifestação de humildade, também ela digna de admiração. A inveja, ao
contrário, é vista como inerentemente má, sensação de mortificação e mal-estar
ocasionada pela observação de situações superiores ou vantagens possuídas por
outrem.
Bertrand Russell escreveu que para o invejoso pode ser
tão gratificante privar o outro dessas vantagens como consegui-las para ele.
Richard Smith, psicólogo da Universidade de Kentucky e estudioso
do fenómeno da inveja, diz que há duas condições para ela nascer. A primeira é que
a actividade que a provoca, seja próxima
da do invejoso. Uma bailarina inspirada não desperta nenhuma inveja numa
advogada de sucesso, ou vice-versa. Depois disso, é preciso que os envolvidos não
estejam muito afastados na escala do génio, se ele existir. O editor d'"O
Dolicocéfalo" nunca pode ter inveja de Eça de Queirós, por exemplo, embora
gostasse de a poder ter.
Mostra a experiência que a admiração inspira e melhora o
desempenho. A inveja, pelo contrário, é um incómodo para os outros e um tormento para
o invejoso.
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