Eduardo Oliveira e Silva, o anterior director do jornal
"i" e um dos jornalistas que prezo na imprensa portuguesa, escreve
hoje no mesmo periódico sobre Sampaio da Nóvoa—pessoa por quem não nutro
nenhuma simpatia, como já se percebeu—o transcrito a seguir. Cito-o porque me
parece uma análise muito bem feita. Pode ler-se o texto completo aqui.
Sampaio da Nóvoa dificilmente conseguirá recuperar o
fulgor inicial. A pujança primordial desapareceu. A ideia de que daria um
grande Presidente esvaiu-se. A análise da sua imagem e do seu percurso não lhe
dá necessariamente o estofo de Presidente. Até a sua especialidade académica é
algo imperceptível, ainda que não se a discuta em termos de mérito e qualidade.
A sua vida, as suas posições políticas não são conhecidas como eram as dos seus
antecessores e são as dos seus eventuais opositores. É mesmo de esquerda? É
comunista? É bloquista? É Syriza ou é PASOK? É Podemos, Ciudadanos ou PSOE? É
ateu ou agnóstico? Alguma coisa o distinguiu antes do 25 de Abril?
Quem é, afinal, este cidadão de quem pouco ou nada se
sabe quanto a vida familiar? E a sua candidatura é fruto da perseguição de um
ideal ou o cumprimento de uma ambição pessoal fortíssima que soube “vender”
primeiro a personalidades e depois a organizações partidárias ou parte delas?
Nóvoa é ainda um desconhecido apesar de ser para se
projectar que avançou, queimando etapas depois de obtido um acordo tácito e
implícito com António Costa. Sendo simpático e afável, não é comunicativo nem
empolgante. Em rigor, não tem imagem pública. [...]
.
Sem comentários:
Enviar um comentário