segunda-feira, 14 de junho de 2010

BENJAMIM DISRAELI

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Benjamim Disraeli, que cito frequentemente, era um homem intelectualmente fascinante nas qualidades e defeitos. Nascido em 1804 numa família de judeus emigrada da Itália, foi baptizado na Igreja de Inglaterra com 13 anos porque o pai, homem complicado, cortou relações com a sinagoga por questões de lana caprina e converteu-se ao Cristianismo. O estigma de judeu perseguiu-o toda a vida. Contudo, com as dificuldades conhecidas para os judeus entrarem na Câmara dos Comuns, acabará por ser eleito pelo Partido Conservador como deputado, chegando a Ministro do Tesouro e, mais tarde a Primeiro Ministro, cargo que desempenhou 7 anos.
A um político que o atacava com o labéu de judeu, respondeu: Sim, sou judeu; e quando os antepassados de V.Exa eram selvagens toscos numa ilha desconhecida, os meus eram sacerdotes no templo de Salomão.
Único chefe de governo judeu na história de Inglaterra, foi também homem de letras com vasta bibliografia. O seu primeiro romance, “Vivian Grey” é ainda hoje um sucesso que vale a pena ler. Curiosamente, o manuscrito do livro, de que se reproduz acima uma página, foi copiado pela amiga Sara Austen, mulher do advogado para quem havia trabalhado e seu vizinho, para lhe permitir manter o anonimato – a condição da raça e as dívidas a isso o obrigavam.
Como político, era um homem brilhante: iniciou o movimento para que o Partido Conservador perdesse o estigma de partido dos ricos – foi o fundador do moderno conservadorismo - e contribuiu para a consolidação do Império Britânico. “Numa nação progressista, a mudança é permanente”, dizia; “e a questão não é saber se se deve resistir à mudança, que é inevitável, mas se a mudança deve incorporada nos hábitos e tradições do povo, ou ser transformada em princípios abstratos, e em doutrinas gerais e arbitrárias.
Há várias e boas biografias de Benjamim Disraeli, como acontece com as grandes figuras históricas. Recomendo.
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