sexta-feira, 25 de junho de 2010

O ENCANTADOR DE RATOS DE HAMELIN


Era 1284, e a pequena cidade de Hamelin, na Alemanha, estava infestada de ratos, praga que não dava tréguas aos habitantes, sobretudo aos seus queijos. Até ao dia da chegada do tocador de flauta, de veste garrida e exterminador de ratos. Aprazado o preço de um xelim por cada bicho morto, soou a flauta e a rataria, saída de tudo quanto era toca, seguiu enfeitiçada a melodia e o encantador – até ao rio, onde viria a afogar-se. Era o alívio do povo, que na hora das contas recusou o pagamento ajustado.
Sai o exterminador da cidade ressentido e volta um dia, quando todos estão na Igreja. Toca de novo a flauta e dirige-se para a montanha, desta vez seguido por todas as crianças da povoação; 130 para ser exacto, enfeitiçadas elas também. Conduzidas até uma gruta, nunca mais ninguém as vê. E também ao tocador. Estava consumada a vingança.
Três razões trazem a lenda ao blog. Primeiro, a notável sobrevivência da história, ainda viva de muitas formas na cidade de Hamelin e bem explorada pelo turismo. Depois, o facto de se admitir ter origem em factos reais, eventualmente um surto de peste que teria dizimado dezenas de crianças. Mas fundamentalmente porque, facto inédito, a lenda é datada. Ocorreu em 1284 e a segunda vinda do tocador de flauta à cidade, quando sumiu 130 crianças, foi no dia 26 de Junho, faz amanhã 126 anos!
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Rats!
They fought the dogs, and killed the cats,
And bit the babies in the cradles,
And ate the cheeses out of the vats,
And licked the soup from the cook's own ladles,
Split open the kegs of salted sprats,
Made nests inside men's Sunday hats,
And even spoiled the women's chats,
By drowning their speaking
With shrieking and squeaking
In fifty different sharps and flats.

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A história foi celebrizada pelo poeta ingês Robert Browning em versos que pode ler integralmente aqui.
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