domingo, 10 de junho de 2018

O CALADO É O MELHOR

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Querem uma boa pergunta? Como surgiu a linguagem do H. sapiens? Aí está!
A linguagem surgiu, no decurso da evolução da espécie, como todas as outras características que permitiram ao H. sapiens resistir à selecção natural. Aliás, toda a evolução foi condicionada — a linguagem e todas as outras potencialidades humanas — pela necessidade de sobreviver. Provavelmente, se os antepassados do H. sapiens não tivessem desenvolvido a linguagem, ele nunca existiria. Mas desenvolveu e resistiu. Falta saber como e porquê isso aconteceu.
Nesta fase tardia da sua história é difícil perceber, mas há quem acredite que sabe. A primeira fase terá consistido no fabrico de ferramentas, se podemos assim chamar aos martelos, aos machados, às facas e outras geringonças que fazia para cortar e martelar. Por exemplo, os utensílios cortantes eram de pedra partida de tal forma que ficava com arestas afiadas. E havia melhores e piores pedras, melhores e piores técnicas de as partir, melhores e piores maneiras de as montar em cabos de pau para as manobrar, rebabá e por aí fora.
Chegados aqui, perguntar-se-à: mas o que tem isso a ver com a linguagem? É boa a pergunta, mas a resposta é fácil. O conhecimento adquirido só era útil à espécie se transmitido aos próximos e à descendência. E como muitas outras características adquiridas, esta também era feita em grande parte por linguagem — primeiro mais que tosca, depois menos tosca, até chegarmos à perfeição total que é o discurso de Bruno de Carvalho.
Portanto a linguagem é factor importantíssimo na evolução humana — o que nem é preciso dizer. Mas atenção! Pela boca morre o peixe e pela fala também morre muita gente. Daí dizer-se, paradoxalmente, que o "calado é o melhor" — em boa verdade, não sei dizer em que ficamos!

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