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[...] A Mizé sempre foi costureira. Tinha um volume de trabalho enorme e aproveitava todos os bocadinhos para fazer arranjos, inclusive enquanto cozinhava. Uma vez, enquanto tinha a comida ao lume, aproveitou para fazer a bainha a umas calças quando espetou a agulha no dedo, adormecendo instantaneamente. Ficou tão profundamente anestesiada que esteve uma tarde inteira a babar a sopa. À noite estava demasiado salgada. A sorte é que toma uma infusão de rabanadas e filhoses que lhe controla a tensão arterial, não precisando sequer de a medir. Vive com o avô que é obstipado mas que, segundo dizem, sofre de homeopatia. Isto porque vai à casa de banho... e não faz nada. Devido ao avançar da idade do seu avô, decidiu adoptar um animal que lhes fizesse companhia e adoptou um cão alternativo. Na verdade é um gato, mas ela acredita tanto que é um cão que há dias ele fugiu para o telhado e a Mizé achou tudo perfeitamente natural. Esperou que ele voltasse, não fazendo (e passo o pleonasmo) homeopaticamente nada. No fim, gabou-se do resgate quando este apareceu, pelas próprias patas, novamente dentro de casa.
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