quinta-feira, 11 de abril de 2019

NASCEU NA PRIMAVERA MAS MORRE NO ESTIO


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[…] Cada nova notícia é mais uma machadada na incerteza do futuro de um regime que cresceu com Abril mas que pouco aproveitou da sua ética e dos seus valores. Hoje, Salgueiro Maia, se fosse vivo, perguntaria se foi para este labirinto de falta de
vergonha, de nepotismo, de corrupção, de acusações em jornais que depois nunca leva a detenções e prisões, que saiu do quartel e matou uma ditadura sem dar um tiro. É necessária uma nova revolução de seriedade, de verdade, de respeitabilidade, de honra, de probidade, também sem violência da maioria silenciosa que assiste a tudo, que paga todos os desmandos de banqueiros e negociatas sem qualquer estrutura ou rectidão e que todos os dias desconfia mais de quem se senta no Parlamento onde se devia lutar pela melhoria do bem comum, mas, afinal, se batalha apenas para a perpetuação de um “status quo” de impunidade e do salário que nunca ganhariam na sociedade civil ao fim do mês. São estas balas reputacionais dadas nos próprios que estão a assassinar o mundo que conhecíamos.
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Rui Calafate in “SAPO.PT”

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