segunda-feira, 15 de abril de 2019

MANDALA, ORDEM E DESORDEM

---
---
Os monges budistas do Mosteiro de Namgyal, na Índia, têm um ritual que consiste em criar o que chamam mandalas, áreas de formas diferentes marcadas por giz, com cerca de três metros de lado a lado, cobertas com pó de metais diferentes e cores diversas. É obra complicada, morosa e bonita. Mas,… mas completo o trabalho, os monges rezam uma prece e desfazem tudo em menos de 5 minutos ― kaput, finished, acabou, foi-se (não foice e martelo).
Para os budistas, o ritual recorda a brevidade da existência terrena, mas também a coexistência e simbiose da ordem e da desordem no mundo ― não está mal achada esta, digo eu!
Surpreendentemente, a natureza não só precisa da desordem, como a promove. Planetas, estrelas, vida, mesmo o tempo, todos dependem da desordem. E nós, seres humanos, também. Especialmente se associarmos a desordem a conceitos como acaso, novidade, espontaneidade, livre arbítrio e imprevisibilidade.
E o inesperado é que podemos pôr todos estes conceitos no mesmo saco com outros aparentemente opostos, como lei, razão, racionalidade, padrão,  rebabá. É tudo matéria psíquica com muito em comum e mal arrumada no nosso encéfalo ― uma trapalhada para que há gente voluntariosa disposta a tentar perceber. Jamais perceberão, mas andam entretidos e isso faz-lhes bem.

---
---

Sem comentários:

Enviar um comentário