Lê-se no "Diário Económico":
O procurador do
Ministério Público (MP) Marques Vidal, disse hoje, durante as alegações finais
do julgamento do caso Face Oculta, que o Governo de José Sócrates teve
conhecimento da existência das escutas telefónicas realizadas no âmbito do
processo.
"O poder
político da altura estava informado não só da existência das escutas como da
existência do processo. Primeiro, tiveram conhecimento das escutas e depois
foram averiguando o que é que se passava até chegarem ao objecto do
processo", afirmou o magistrado.
Marques Vidal, que
falava no tribunal de Aveiro no segundo dia das alegações do MP, disse ainda
que o arguido Armando Vara foi avisado das escutas em 2009, adiantando que, a
partir dessa altura, o sucateiro Manuel Godinho, o principal arguido no caso,
deixou de ligar para os dois telemóveis do ex-ministro do PS.
O procurador da
República referiu ainda que foi por causa "da fuga do segredo das
escutas" que o ex-presidente do Conselho de administração da Refer, Luís
Pardal, não foi demitido do cargo, após as eleições legislativas de 2009, tal
como era pretendido por Manuel Godinho. [...]
Ouve-se dizer isto num tribunal, a mensagem é a de que o
Governo do Zezito andou a vasculhar no processo, soprou factos em segredo de justiça ao suspeito
Armando Vara e—até ver—não acontece nada.
Se fosse a rifa de um bacalhau a favor das festas de S. Pedro da Afurada,
mandava-se tirar uma certidão para abrir um processo e, dentro de 3 anos e
meio, saía uma sentença condenatória. Mas, no Zimbabué, perdão, na Guiné Equatorial,
perdão novamente, em Portugal, o modus faciendi trivial é cagar nessas coisas irrelevantes.
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