Boa parte das elites políticas, ditas da esquerda e de
uma misteriosa "direita", subscreveu o manifesto dos 70, promovido
por João Cravinho, um homem a quem Portugal muito deve (a começar pelas PPP).
E se isso ajuda a
explicar o gabarito das elites políticas, falta explicar o manifesto, que à
primeira vista pede a reestruturação da dívida portuguesa a fim de aliviar a
austeridade dos cidadãos, promover o respectivo poder de compra e, afinal,
estimular o crescimento e a felicidade geral. À segunda vista, porém, o
interesse dos subscritores pelo bem-estar da populaça revela-se um nadinha
trapaceiro: o bem-estar que os motiva é o deles próprios, à nossa custa e em
nosso prejuízo. [...]
[...] O que
é evidente é que o manifesto dos 70 prova a possibilidade de consensos, o
consenso em prol do desastre que já sofremos e o consenso rumo a um desastre
maior, caso se dê ouvidos aos 70 "notáveis". Notável.
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Alberto Gonçalves in "Diário de Notícias"
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