TANSTAAFL é a sigla que se refere a there ain't no such thing
as a free lunch, o que significa não há tal coisa como almoço grátis. A
expressão nasceu da prática de alguns bares americanos que ofereciam almoço a
quem bebesse uns copos, naturalmente de bebidas a preço especulativo. A
expressão foi popularizada pelo mestre de ficção científica Robert Heinlein, no
livro "The Moon Is a Harsh Mistress". Mais tarde, Milton Friedman fez
o upgrade gramatical da expressão, no título do livro "There's No Such Thing as a Free Lunch", versão que fez
carreira na literatura económica, na política e até na Física e na Bilogia. Em Portugal, o
abominável César das Neves adoptou a forma "Não Há Almoços Grátis" e
podia estar calado porque todos sabemos que, quando foi assessor do Ministro das
Finanças Miguel Beleza, do Primeiro-Ministro Cavaco Silva e técnico do Banco de
Portugal, comeu muitos almoços que, não sendo grátis, foram pagos a troco de
burrices de que já se esqueceu.
Mas voltando ao que
interessa, e não é o Neves (o Neves não interessa nem agora, nem depois), o
pavão, por exemplo, tem uma cauda imponente, de que resulta o êxito junto do
sexo oposto—as pavoas, claro! Mas está condenado a carregar aquele monte de penas,
no fundo grande pena porque pena perpétua, mesmo quando a função sexual de tais
penas já não serve para nada. Podemos imaginar o pavão novo e vigoroso a
lembrar ao pavão ancião—queixoso da sorte—que ainda está a pagar a dívida que
contraiu com os almoços comidos há anos, tal como os lusitanos carregam um monte de penas para
pagar almoços antigos e fiados, embora uns tenham comido a carne do lombo que não pagaram nem pagam, ficando tal encargo para
os que só viram os ossos. Há alguns almoços grátis, afinal!
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