Chelsea E Manning é analista de informação do Exército dos Estados Unidos e colaboradora do jornal "The Guardian". Hoje escreve um artigo que vale a pena ler. Chama-se—traduzindo literalmente—"Como fazer o Estado Islâmico cair sobre a sua própria espada", onde defende que a melhor atitude a tomar perante o comportamento dos radicais é não tomar atitude nenhuma.
A capacidade de recrutamento de militantes para o movimento,
e de mobilização desses militantes, é tanto maior quanto mais violência vier
dos Estados Unidos e dos seus aliados. As atitudes bélicas do Ocidente são o
vento que encapela as ondas e sopra as chamas indispensáveis à militância
irracional dos membros do Estado Islâmico.
Segundo a analista, e de acordo com a informação que tem,
existem grandes contradições no seio do movimento que só podem ser contidas em
nome da resposta a uma agressão violenta. Cada bomba americana que cai no
Iraque é mais um balão de oxigénio para a irracionalidade e a barbárie.
Na realidade, e agora sou eu a dizer, a História tem
demonstrado que boa parte dos abortos políticos do mundo acabaram por autodestruição,
ou autofagia. Destruídos de fora para dentro, além do Terceiro Reich, não há
muitos mais exemplos. Aliás, ainda há cerca de duas semanas citava Vasco Pulido Valente quando dizia: [...]
O que o Ocidente pode é fazer um esforço para isolar a área e os países que se
envolveram na luta pelo Califado ou pelo Iraque ou qualquer ambição de vingança
e conquista. E também pode tomar as precauções necessárias para que a 'jihad'
não penetre no seu território ou descaradamente o use como base de recrutamento
e centro de operações. A “missão” da Europa como da América acabaram. Para
sempre. Basta que mostrem uma “neutralidade” pacífica e sensata e se armem
para não encorajar aventuras do próximo. [...].
Estou de acordo, além do mais porque não tenho ideia de muitas coisas
que tenham sido bem resolvidas com bombas. A não ser, claro, a falta de
gasolina dos automóveis.
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