Eduardo Oliveira e Silva cessou hoje funções como
director do jornal "i". É pena porque é um bom jornalista. Marca a
saída com um artigo muito bem feito, onde—a páginas tantas—escreve assim:
[...] Além de
sofrerem um violento assalto fiscal, os portugueses acumulam a circunstância
abstrusa de a contraprestação aos impostos que pagam ser baixíssima.
Como é evidente
hoje para qualquer ser medianamente informado, tal não resulta de o Estado ser
ladrão ou de os funcionários que dele dependem serem muitos e ineficazes. Pelo
contrário. Entre nós o Estado não é especialmente grande e gastador.
Objectivamente, o
que sai caro são os compromissos absurdos e elevadíssimos assumidos há anos com
base em premissas e estudos errados, que levaram à existência de toda uma
panóplia de redes de tudo e mais alguma coisa, que na realidade não fazem falta
para praticamente nada.
Em resultado
disso, os portugueses pagam milhares de milhões de euros todos os anos por
causa de opções tomadas de forma superficial, enquanto na realidade continuam a
faltar-lhes coisas tão básicas como a saúde, uma verdadeira rede ferroviária ou
uma reforma efectiva das funções do Estado. [...]
Os responsáveis pelo que fala Oliveira e Silva são muitos,
a começar pelo Dr. Cavaco. Vivemos num País de lunáticos confabuladores bem
falantes, especialistas em vender sonhos que são banha de cobra. O confabulador-mor, autor do golpe de
misericórdia na Pátria moribunda, dá pelo nome de Zezito. Endividado o Estado até
aos colarinhos, sem crédito para comprar uma palhota e quase sem recursos para
pagar ordenados e pensões, o janota continuava a falar na terceira travessia do
Tejo, no aeroporto em Alcochete e nas linhas de grande velocidade, numa
manifestação de megalomania delirante
que, infelizmente, vai ficar impune. Pelo meio, passaram figuras como António
Guterres e outros estrategas menores cujo nome é para esquecer de todo, como Mário Lino, João Cravinho, um tal Mendonça e rebabá.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário