Leio no "Expresso" que um elemento importante do PSD terá dito: "Costa chega às primárias bem pior do que quando se lançou. Não responde a nada. E o Seguro fala de tudo mas falta-lhe crédito”. Por outro lado, um elemento do CDS diz mesmo: "Com estes adversários, reféns do passado e sem alternativas, se tivermos juízo e alguma sorte podemos ganhar, seja Seguro ou Costa”. A tristeza é que isto é verdade, embora não interesse, de facto, quem ganha.
Na política portuguesa, mudanças de maioria representam
todas mais do mesmo. Tanto dá fulano como sicrano e por isso os eleitores "encheram".
O regime está infiltrado por espíritos malignos que vagueiam pelos bastidores
do poder para corromper o sistema. E não há coragem, nem vontade, nem
competência, para enfrentar o monstro. Passos, Sócrates, Guterres, Durão, Santana
e rebabá foram peões de brega para ajudar na lide do Orçamento do Estado, lide
levada a cabo pelos interesses económicos e financeiros. A troco de aparente
poder, pompa e circunstância, sujeitam-se a cumprir ordens de uns tantos intocáveis
plutocratas, mais agiotas que plutocratas. Costa e Seguro não serão excepção, embora
este tenha falado já da "velha política que mistura negócios, política,
vida pública, interesses, favores, dependências, jogadas e intriga". Mas falar é uma coisa, agir e combater é outra
muito mais complicada, mesmo para quem é sério.
Não conheço suficientemente a história de Portugal para o
afirmar, mas suspeito que o problema é cromossómico e sempre foi assim. Como o
escorpião que picou a rã que o carregava às costas para não se afogar e se
justificou porque era da sua natureza fazê-lo, os políticos também não
conseguem impedir-se da fazer fretes ao capital.
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