O
Estado Islâmico (EI) é a
chaga social e política do momento—uma realidade inenarrável. Os seus
militantes são movidos, em graus variáveis, por ideologia, convicções religiosas, gosto
pela violência e poder, e por aí fora. Mas há uma coisa que não pode faltar: o
dinheirinho. Há contas para pagar e bocas para alimentar e as árvores não dão
notas de banco. Árvore das patacas é metáfora.
Neste momento, parece que
o EI dispõe do inimaginável capital de 2 mil milhões de dólares como fundo de
maneio. Donde vem tanto cacau? Do Iraque e da Síria, através da exploração de
poços de petróleo que estão na área controlada pelo movimento. O petróleo, depois
de refinado em unidades móveis, é contrabandeado
para a Turquia, Síria, Curdistão e outros países, onde é vendido a preço
inferior ao legal. Mesmo assim, as receitas variam entre 1 a 3 milhões de
dólares por dia. Adicionalmente, há receitas
de impostos, cobrados coercivamente a populações das áreas ocupadas, e de actividades
criminosas várias.
Para além das despesas
militares, que são muitas, o EI paga ordenados aos membros e colaboradores. Tem
contabilidade organizada e há folhas de pagamento. Um tanto é para os
colaboradores, acrescido em cada caso de suplementos para o cônjuge, para
cada criança e para as filhas solteiras. É também necessário manter as vias de
comunicação, para movimentações militares e escoar o petróleo, e outras obras
destinadas a manter a operacionalidade —custa tudo muito caro.
Por tudo isto e mais
alguma coisa, a luta militar isolada não chega para acabar com o problema
chamado Estado islâmico. Como se diz no artigo onde encontrei estes dados, que
pode ler aqui, "To Defeat the Islamic State, Follow the Money". Sem fechar a torneira
financeira, o Ocidente não vai lá. A penúria vale mais que muitos milhares de
bombas.
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