domingo, 14 de setembro de 2014

OS PAPAS PASSAM, A CÚRIA FICA

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O Papa decidiu celebrar casamentos no Vaticano, o que é pouco frequente. Parece que João Paulo II também o fez em 1994. Desta vez a razão seria diferente, ou seja, a de casar noivos escolhidos que representam a diversidade dos casais actuais, incluindo alguns que já viviam juntos, outros já com filhos e por aí fora.
Não faço juízos de valor sobre iniciativas papais, mas esta afigura-se-me louvável. As coisas são o que são e a sociedade actual também. Podia ser assim ou assado, mas não: é o que é.
Falo nisto porque já ouvi referências a vozes conservadoras da hierarquia comentando criticamente a iniciativa do Papa, defendendo talvez intolerância e segregação—pouco cristãs, acrescente-se—para quem não vive de acordo com o que acham situações correctas. De espíritos assim veio muita asneira da história da Igreja Católica. São os que dizem que os papas passam mas a Cúria fica; os que acham que Francisco fala como um cura da aldeia, subentendendo-se que curas da aldeia é gente medíocre; ou, em resumo e sobretudo, os "Príncipes da Igreja". Não há pachorra.

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