O inefável, incontornável, indispensável, impensável,
inimitável, insuperável e outros adjectivos terminados em xexé Dr. Soares, volta
hoje, na sua crónica no DN com o professor Stephen Emmott e o pasquim "Ten Billion" que leu na tradução portuguesa no ano passado. O folheto tem mais
ou menos a dimensão do "Borda d'Água" e daí eu acreditar que o Dr.
Soares o tenha lido quase todo, embora com alguns períodos de sono REM pelo meio.
O Dr. Soares intitula-se um bibliófilo, como sabem, e só tem uma lacuna na sua
cultura, qual é a de nunca ter ido à Biblioteca de Alexandria porque foi
convidado para uns cruzeiros no Nilo e não teve tempo de lá ir. Tirando isso,
leu tudo de fio a pavio.
Pois o Dr. Soares—preocupado com as alterações climáticas
desde então, mais do que com o professor Cavaco que não cumpre nem faz cumprir
a Constituição—diz hoje na sua crónica do DN que o mundo vai mal e o planeta
Terra também. O Dr. Soares tem informação extraterrestre e sabe como vão as
coisas em Saturno, Urano e Plutão e parece que também ali, os usurários
internacionais andam a esburacar os planetas e, portanto, o mal é geral,
incluindo o espaço interestelar. No que ao nosso planeta diz respeito, pensa que
"o sistema climático está a variar de tal modo que o nosso planeta poderá
não subsistir". Eu tenho a certeza que não subsiste: daqui a cinco mil
milhões de anos acaba.
Mas voltando ao professor Emmott—um génio—e ao seu livro—uma
Bíblia—quero mostrar como o senhor é considerado e como excelente é a sua obra.
Na critica do jornal "The Guardian",de
9 de Julho de 2013, Chris Goodall escreve assim sobre o pasquim:
"É pouco mais que uma
apresentação do PowerPoint transformada num fino paperback. Embora toda a
tentativa de alertar a humanidade para as alterações climáticas seja bem-vinda,
o livro de Emmott é uma divulgação de erros, cheia de exageros descuidados e
fraco no que respeita a ciência básica. O facto de se basear em dados avulsos
tirados ao acaso da Internet é chocante e prejudicial para a causa da protecção
do ambiente. Como era de esperar, os melhores bloggers cépticos estão já a
desmontar os seus excessos linha por linha".
O Dr. Soares nunca foi
melhor que agora: superficialão, preguiçoso intelectual, instrumentista de
bombo que não sabe ler música, egocêntrico e muito, mesmo muito, vaidoso, a
quem "basta subir ao andor para ser aclamado". Fizeram dele o que pensa que é, mas não é.
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