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Li num comentário do jornal "Observador" que se
Costa fosse eleito—"vamos a supor"—muito do que agora promete ficaria
na gaveta. É uma esperança tranquilizadora a opinião do leitor.
Ambrose Evans-Pritchard escrevia há dois dias no "Daily-Telegraph":
"Enquanto o Partido Socialista insiste em ser diferente do movimento radical
Syriza da Grécia, há extraordinária semelhança nas suas propostas e linguagem
pré-eleitoral". Chegado aqui, chamo a atenção para o êxito que tem sido a performance do Syriza.
Há quem ache que a actual conversa do Largo do Rato é de
encher chouriços e fique descansado. Eu não fico porque aquilo não são
faroladas. A conversa de agora e os actos que virão depois são sintomas de tara
congénita. Está tudo escrito no genoma e manifesta-se na governação do País quando
podem governar, infelizmente muitas vezes, e no governo do próprio partido, endividado
até aos colarinhos, com sedes empenhadas.
Socialista vive a crédito e só deixa governo quando os
credores fecham a torneira. Como o escorpião que picou e matou a rã que o
transportava, morrendo afogado, a prática política ruinosa, faz parte da
natureza socialista. E a natureza tem muita força. Cuidado!
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