domingo, 24 de maio de 2015

A VIDA NÃO É PARA PERCEBER: É PARA DECORAR

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A fotografia em cima é de um senhor chamado John Nash. Ele, com 86 anos,  e a sua mulher com 82, morreram ontem num acidente de viação em New-Jersey quando o táxi em que seguiam colidiu com outro táxi, sendo ambos projectados da viatura, acabando ali. Os dois condutores saíram do crash apenas com ferimentos ligeiros. Perguntará o leitor por alma de quem vem esta conversa. Vou explicar.
John Nash nasceu na Virgínia e, ainda no liceu, participava em discussões a nível estratosférico sobre a demonstração do Último Teorema de Fermat, uma coisa medonha da Matemática de que nem é bom falar. Aos 30 anos, leccionava na Universidade de Princeton onde elaborou uma tese apresentada quando tinha 31 que viria a valer-lhe o Prémio Nobel da Economia em 1994.
Continuou a carreira académica em várias universidades americanas, às vezes em duas simultaneamente, e a brilhar mais que uma estrela supernova. Mas em 1950 começa a sofrer de problemas mentais. Dizia a quem o ouvia que o New York Times publicava mensagens cifradas de extraterrestres, passeava no campus de Princeton a escrever em quadros imaginários, ia para a biblioteca olhar o infinito e por aí fora: sofria de esquizofrenia. Submetido aos mais variados e sofisticados tratamentos, o resultado foi zero.
Inesperadamente, um dia decidiu não estar doente e voltou à razão. Aos amigos dizia: "Emergi do pensamento irracional dos últimos tempos sem nenhum outro remédio senão as naturais alterações hormonais próprias do envelhecimento".
Retomou a actividade académica, viajou e fez inúmeras conferências em todo o mundo; e assim continuaria provavelmente se ontem, num táxi, não se tivesse esquecido de pôr o cinto de segurança. Uma vida e uma história que dão que pensar!
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