Surfava eu descuidadamente na Net, quando cai na pantalha um trecho que me lembrou alguém (peço desculpa pelo estilo, mas é o adequado para a circunstância, como se verá adiante).
A folhas tantas do dito trecho, lê-se que Houaiss define a palavra acaciano como o que se mostra
afectado, ridículo pelo uso de formas convencionais ao falar, ou pela maneira
pomposa de ser. E acrescenta, a respeito de Acácio: Figura que se tornou
célebre como representação da convencionalidade
e mediocridade dos políticos e burocratas portugueses dos finais do Século XIX,
sendo até à actualidade utilizada para designar a pompa balofa e a
pseudo-intelectualidade, utilizada por muitas figuras públicas portuguesas.
Acácio expressava-se sempre com chavões e frases vazias que, ou remetiam a um
lugar comum, ou simplesmente não diziam nada.
Tive a sensação de estar a
ler de novo, no "Observador", o comentário de Helena Matos sobre
alguém que já não me lembro quem era. Mas não! Era a prosa de um blogger
basileiro editor duma página sobre futebol, política e cachaça—tal e qual:
futebol, política e cachaça!
Inexplicavelmente, fui
assaltado por frases que nunca ouvi ou li em parte nenhuma, frases como "Não
vou fazer da omissão um estilo, da ausência um método e do silêncio um
resguardo"; "Um Presidente pode ser muito mais do que tem sido, pode
ser um de nós, pode ser alguém que junta, que une, que abre o futuro quando
caminha ao lado das pessoas"; "A
política não serve para justificar inevitabilidades mas sim para dar o exemplo
e para abrir caminhos, considerando que é preciso acreditar porque não se pode
deixar que a esperança emigre também; "Não quero ver a minha Pátria
à beira de um rio triste", e por aí fora.
Onde raio fui eu buscar isto? Já li o Primo Basílio e não
me lembro de ser de lá. Será que ando com alucinações acacianas? Fiquei
preocupado e amanhã mesmo vou marcar consulta para o Professor Karamba.
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