quinta-feira, 28 de maio de 2015

ONDE RAIO JÁ OUVI ISTO ?

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Surfava eu descuidadamente na Net, quando cai na pantalha um trecho que me lembrou alguém (peço desculpa pelo estilo, mas é o adequado para a circunstância, como se verá adiante).
A folhas tantas do dito trecho, lê-se que Houaiss define a palavra acaciano como o que se mostra afectado, ridículo pelo uso de formas convencionais ao falar, ou pela maneira pomposa de ser. E acrescenta, a respeito de Acácio: Figura que se tornou célebre  como representação da convencionalidade e mediocridade dos políticos e burocratas portugueses dos finais do Século XIX, sendo até à actualidade utilizada para designar a pompa balofa e a pseudo-intelectualidade, utilizada por muitas figuras públicas portuguesas. Acácio expressava-se sempre com chavões e frases vazias que, ou remetiam a um lugar comum, ou simplesmente não diziam nada.
Tive a sensação de estar a ler de novo, no "Observador", o comentário de Helena Matos sobre alguém que já não me lembro quem era. Mas não! Era a prosa de um blogger basileiro editor duma página sobre futebol, política e cachaça—tal e qual: futebol, política e cachaça!
Inexplicavelmente, fui assaltado por frases que nunca ouvi ou li em parte nenhuma, frases como "Não vou fazer da omissão um estilo, da ausência um método e do silêncio um resguardo"; "Um Presidente pode ser muito mais do que tem sido, pode ser um de nós, pode ser alguém que junta, que une, que abre o futuro quando caminha ao lado das pessoas"; "A política não serve para justificar inevitabilidades mas sim para dar o exemplo e para abrir caminhos, considerando que é preciso acreditar porque não se pode deixar que a esperança emigre também; "Não quero ver a minha Pátria à beira de um rio triste", e por aí fora.
Onde raio fui eu buscar isto? Já li o Primo Basílio e não me lembro de ser de lá. Será que ando com alucinações acacianas? Fiquei preocupado e amanhã mesmo vou marcar consulta para o Professor Karamba.
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