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O prof. da Nóvoa deseja que os portugueses travem "um amplo debate" sobre a Europa. É igual a discutir a FIFA na assembleia geral do Olhanense: não se espera que a Europa trema.
O prof. da Nóvoa prestará "atenção especial ao combate à corrupção e à promiscuidade entre a política e os negócios". Presumivelmente, ainda não acredita que será o candidato do PS.
O prof. da Nóvoa propõe um "compromisso claro na luta contra a pobreza e contra o aumento das desigualdades". É o modelo grego ou, na versão tropical, "bolivariano", que em geral acaba com a classe média de rastos e a igualdade obtida na partilha da miséria.
O prof. da Nóvoa defende que "um presidente pode ser muito mais do que tem sido, (...) pode ser alguém que junta, que une, que abre o futuro quando caminha ao lado das pessoas". Curioso: se alinharmos umas palavras a seguir às outras forma-se qualquer coisa semelhante a uma frase.
O prof. da Nóvoa assume que "ser poeta também é essa inabilidade para o mundo do lucro". Tradução: de lirismo em lirismo até ao prejuízo final.
O prof. da Nóvoa admite ser um candidato que "incomoda muita gente". O termo adequado é embaraça. Embaraça.
A conclusão a que cheguei é que o prof. da Nóvoa é de facto uma inteligência superior. A quem? No mínimo, aos espécimes que o levam a sério—os que fingem levá-lo a sério por estratégia ou gozo não contam.
Alberto Gonçalves in "Diário de Notícias"
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