André
Azevedo Alves escreve no "Observador" o seguinte:
As posições e promessas de António Costa nos últimos
tempos apontam para um regresso ao passado e não auguram nada de bom. Talvez
por se sentir pressionado pelo desconforto interno na ala mais à esquerda do PS
pelo (relativamente) centrista relatório “Uma década para Portugal”, António
Costa tem-se precipitado numa sucessão de promessas irrealistas e, em alguns
casos, irresponsáveis. Sugerir facilidades ao virar da esquina e piscar o olho
a alguns dos grupos de interesses com maior peso mediático pode ser uma táctica
compreensível se tivermos em conta as dificuldades de afirmação de António
Costa como candidato credível a primeiro-ministro, mas são práticas que fazem
temer o pior para o período pós-eleitoral. [...]
É
a síntese perfeita da situação difícil em que se encontram Costa e o PS—quando
tudo parecia fácil, depois de quatro anos de jericadas em cascata do actual governo, dois
problemas barraram a marcha triunfal do PS.
O
primeiro é, desde logo, o próprio Costa, o flop
político português 2014/15. Para atalhar caminho, diga-se que Costa é um nabo.
Depois de, ignobilmente, apunhalar Seguro à traição, com acusações que lhe servem
também a ele como fato feito à medida em Rodeo Drive, Costa não dá uma para a
caixa. Dominado pela Ordem da Jarreteira da "ética republicana" do PS
a tresandar a naftalina, não tem uma única ideia na cabeça—não é o vácuo porque
vácuo implica espaço e a cabeça de Costa não tem sequer espaço: é o "nada"
pré-Big-Bang.
O
segundo problema é a referida naftalina socialista, os "históricos",
os "fundadores", os "ex-qualquer-coisa", que já deviam
estar embalsamados numa pirâmide do Egipto há anos. São os que acham óptimo o
papelão do Syriza na Grécia, ou irrelevante a vitória de Cameron no Reino Unido. Coisas e
factos que não significam nada, não
traduzem nada, não ensinam nada. É a anquilose mental completa com um factótum
chamado Costa a funcionar como prótese.
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