domingo, 17 de maio de 2015

CHEIRO A NAFTALINA

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André Azevedo Alves escreve no "Observador" o seguinte:

As  posições e promessas de António Costa nos últimos tempos apontam para um regresso ao passado e não auguram nada de bom. Talvez por se sentir pressionado pelo desconforto interno na ala mais à esquerda do PS pelo (relativamente) centrista relatório “Uma década para Portugal”, António Costa tem-se precipitado numa sucessão de promessas irrealistas e, em alguns casos, irresponsáveis. Sugerir facilidades ao virar da esquina e piscar o olho a alguns dos grupos de interesses com maior peso mediático pode ser uma táctica compreensível se tivermos em conta as dificuldades de afirmação de António Costa como candidato credível a primeiro-ministro, mas são práticas que fazem temer o pior para o período pós-eleitoral. [...]

É a síntese perfeita da situação difícil em que se encontram Costa e o PS—quando tudo parecia fácil, depois de quatro anos de  jericadas em cascata do actual governo, dois problemas barraram a marcha triunfal do PS.
O primeiro é, desde logo, o próprio Costa, o flop político português 2014/15. Para atalhar caminho, diga-se que Costa é um nabo. Depois de, ignobilmente, apunhalar Seguro à traição, com acusações que lhe servem também a ele como fato feito à medida em Rodeo Drive, Costa não dá uma para a caixa. Dominado pela Ordem da Jarreteira da "ética republicana" do PS a tresandar a naftalina, não tem uma única ideia na cabeça—não é o vácuo porque vácuo implica espaço e a cabeça de Costa não tem sequer espaço: é o "nada" pré-Big-Bang.
O segundo problema é a referida naftalina socialista, os "históricos", os "fundadores", os "ex-qualquer-coisa", que já deviam estar embalsamados numa pirâmide do Egipto há anos. São os que acham óptimo o papelão do Syriza na Grécia, ou irrelevante  a vitória de Cameron no Reino Unido. Coisas e factos que não significam nada, não traduzem nada, não ensinam nada. É a anquilose mental completa com um factótum chamado Costa a funcionar como prótese.
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